MPRJ condena homem que espancou e matou a vítima por ter sido xingado em São João de Meriti

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 2ª Promotoria de Justiça da 1ª Vara Criminal de São João de Meriti, obt...

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 2ª Promotoria de Justiça da 1ª Vara Criminal de São João de Meriti, obteve na última terça-feira (08), a condenação de Igor Costa do Amaral, que foi sentenciado a 14 anos de prisão por homicídio qualificado. Igor foi julgado culpado pela morte de Luciano, após um desentendimento ocorrido em 2011.

De acordo com o processo, o crime aconteceu na madrugada de 27 de fevereiro de 2011, quando Luciano e seu amigo Ivan participavam de uma festa no bairro Vila Rosali, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Ao saírem de moto para comprar cigarros, os dois entraram por engano em uma rua sem saída. Lá, iniciaram uma troca de xingamentos com um grupo de pessoas, entre elas Igor e Ney.

Após o confronto verbal, Igor e Ney se aproximaram da dupla. Igor atacou Luciano violentamente, resultando em sua morte por traumatismo crânio-encefálico com hemorragia das meninges. Ivan conseguiu escapar e, ao retornar ao local com outros participantes da festa, encontrou Luciano morto e ensanguentado no chão. Segundo a denúncia, o crime foi motivado por um xingamento feito pela vítima.

Às vésperas do julgamento, a defesa de Igor solicitou o adiamento do Júri Popular, alegando que o acusado, que atuava como assessor parlamentar na Presidência da Alerj, era um dos principais apoiadores do então candidato à prefeitura de São João de Meriti, Léo Vieira. A defesa argumentou que uma eventual condenação poderia influenciar o resultado das eleições municipais, realizadas no último domingo (06).

Durante o julgamento, os advogados de Igor sustentaram que as acusações contra ele eram baseadas em suposições, sem provas concretas que justificassem sua condenação. Contudo, o depoimento de Ivan, testemunha ocular do crime, relatou que Igor retirou Luciano da moto com uma gravata e o agrediu violentamente, jogando sua cabeça contra o para-brisa de um caminhão. Luciano, que era mais baixo e de porte físico franzino, não conseguiu se defender.

A defesa ainda tentou desqualificar tanto a vítima quanto a testemunha Ivan, mencionando antecedentes e insinuando que ambos tinham envolvimento com atividades ilícitas. A tese de defesa também sugeriu a presença de outros suspeitos no local, citando a existência de uma boca de fumo na rua e a passagem de outras motos no momento do crime. 

O Ministério Público pediu a condenação de Igor conforme a denúncia apresentada e a absolvição de Ney, argumentando que não havia provas suficientes contra ele, já que sua briga foi com Ivan enquanto Igor espancava Luciano. Após um julgamento que durou quase 13 horas, Igor foi condenado a 14 anos de prisão por homicídio qualificado por motivo fútil. Ney foi absolvido.