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A empresa que teria sido responsável pelo descarte de material detergente que contaminou o Rio Guandu no fim da madrugada da última segunda-feira (28/08) foi identificada pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA) e pela polícia.
A empresa Burn, está localizada no município de Queimados, na Baixada Fluminense. Apesar de negar a acusação, a Polícia Civil pediu à Justiça que a mesma seja interditada. De acordo com informações, os órgãos ambientais do estado estudam aplicar até R$ 50 milhões de multa na organização. Segundo Thiago Pamplona, governador em exercício, o material encontrado na água foi analisado com restos de materiais encontrados na galeria de água pluvial da empresa.
Além disso, a gestão estadual informou que Burn não tinha autorização para jogar resíduos no rio. A substância formou uma espessa espuma no manancial, o que levou a Cedae a interromper o fornecimento de água tratada.
A Burn Indústria e Comércio LTDA fica localizada no Parque Industrial de Queimados. A fábrica tem licenças para fabricar cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal. Além de produzir sabões, detergentes sintéticos e desinfestantes domissanitários.
Segundo fontes da Prefeitura de Queimados, há mais de 12 dias atrás a Secretaria Municipal de Meio Ambiente local e o Inea estiveram na empresa, apurando uma denúncia de descarte irregular de produtos químicos. Não foi constatado, entretanto, problemas nesse sentido, apenas questões de documentação, que foram sanadas dias depois.
Segundo o Inea, nos últimos 5 anos, na região hidrográfica do Guandu, o instituto identificou dezenas de irregularidades em indústrias e aplicou 18 multas que somam mais de R$ 3,2 milhões devido a riscos ao sistema de abastecimento.
O órgão não informou se essas autuações foram quitadas. A maior preocupação, no entanto, é com atividades não passíveis de licenciamento ambiental, como o despejo irregular de esgoto doméstico sem tratamento, num cenário de baixos índices de coleta e tratamento desses efluentes.
Após 14 horas de paralisação, a Cedae voltou a realizar a captação de água no Rio Guandu, às 19h30 de segunda (28). Apesar da captação de água ter sido retomada, as empresas responsáveis pela distribuição da água precisaram de até 72 horas para normalizar o abastecimento em toda Região Metropolitana.
"A Burn esclarece que não há nenhuma relação entre a sua fábrica de Queimados, na Baixada Fluminense, e a presença de material químico na bacia do Rio Guandu. A unidade opera com tecnologia de ponta e de padrão internacional, seguindo os mais rigorosos procedimentos de controle, onde o manuseio da matéria-prima é automatizado e em ambiente de circuito fechado, ou seja, sem qualquer escoamento ou ligação com a rede pluvial. Além disso, tem todas as licenças necessárias e destinação ambientalmente correta de seus resíduos, estando sob monitoramento e controle permanentes dos órgãos ambientais competentes. Cabe ressaltar que a fábrica está a 11 quilômetros de distância do sistema do Guandu seguindo o fluxo do rio, e adota uma série de iniciativas sustentáveis, como sistema de reuso de água da chuva, iluminação por fontes renováveis e selo EU Reciclo. A empresa também contratou laboratório especializado para coleta e análise da água e está colaborando com as investigações, à disposição das autoridades".
Via G1
Foto: Reprodução
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