A pensionista Maria Izileia Machado, moradora de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, foi vítima do golpe do consignado dentro da próp...
A pensionista Maria Izileia Machado, moradora de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, foi vítima do golpe do consignado dentro da própria casa. A idosa agora tem um empréstimo de R$ 55 mil em seu nome feito pelos golpistas.
Maria contou que uma mulher que se dizia funcionária do INSS, foi até a porta da casa dela depois de tentar contato fazendo várias ligações desde o ano passado.
Ousada, a suposta funcionária bateu na porta da casa da idosa, conseguiu uma foto do documento da vítima e dela também.
Ao telefone, a idosa sempre conseguia cortar a conversa — apesar de a golpista dizer que precisava fazer “uma visita urgente”.
“‘É um negócio do INSS, tem de ser pessoalmente’”, alegava a criminosa. “Aí eu falei: ‘Mas de que se trata?’ ‘Ah, é coisa em benefício da senhora, os direitos da senhora’”, lembrou Dona Maria.
Um dia, segundo a pensionista, a mulher apareceu no portão da casa dela com um extrato com informações que pareciam ter vindo mesmo do INSS: no documento, apareciam o nome completo, o CPF, o nome do banco e a agência onde ela recebia os pagamentos da aposentadoria e da pensão.
A suposta funcionária pediu, então, que a aposentada mostrasse o RG “para confirmar as informações”.
“Apresentei a identidade, ela tirou foto do RG e tirou uma foto minha. Aí, eu caí em mim que alguma coisa de errado tinha ali”, contou a idosa.
Neste mês, na hora que acessou o aplicativo do banco para pagar as contas da mãe, Andressa Machado, filha de Dona Maria, percebeu que havia dinheiro a menos na conta. Era a primeira de 80 parcelas de R$ 1,3 mil do consignado aberto pelos golpistas.
Sem amparo das autoridades
Andressa ligou para o INSS, mas diz que não conseguiu ajuda. “Falaram que não poderia dar nenhum tipo de orientação, entregaram para minha mãe um histórico de crédito, nem era sequer o extrato do consignado, que era o que a gente queria”, contou.
Andressa também registrou a ocorrência na 59ª DP (Duque de Caxias), mas disse ter ficado espantada com o que ouviu do policial.
“Para dar continuidade na investigação, eu precisaria contribuir com provas. Parece que sou eu que tenho que fazer o serviço deles”, declarou.
A filha tentou pedir ajuda na Defensoria Pública, mas diz que nem foi atendida: só conseguiu marcar um horário para outubro. “Falaram que ela ‘não estava completamente sem renda’. Que ela ainda tinha um valor a receber, tanto da aposentadoria, quanto da pensão. Então, não tinha por que passar ela na frente. Aí, eu falei: ‘Então, no caso, ela tinha que estar passando fome?’”, narrou.
Dona Maria não sabe mais a quem pedir socorro — e as contas já não fecham. “Pelo menos, que não seja descontado isso do meu pagamento, que eu não fiz. Fiou muito apertado!”, lamentou.
O que dizem as autoridades
A Polícia Civil do RJ informou que a investigação segue em andamento e que qualquer informação da vítima vai contribuir com a apuração.
A reportagem do Bom Dia Rio também entrou em contato com o INSS e a Defensoria Pública, que segundo eles, não se manifestaram até a última atualização desta reportagem.
Via G1
Foto TV Globo
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