A Polícia Civil procura por um homem que transportava feijão-fradinho de São Paulo para o Rio e aqui o "transformava" em feijão-de...
A Polícia Civil procura por um homem que transportava feijão-fradinho de São Paulo para o Rio e aqui o "transformava" em feijão-de-corda com o uso de corante. Os investigadores acreditam que toneladas da leguminosa, produzida no interior paulista foram comercializadas nos últimos meses em bairros da Zona Norte do Rio, da Baixada Fluminense e de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Outro envolvido no esquema foi preso ontem na Baixada Fluminense vendendo o produto falsificado. De acordo com os investigadores, o preço médio do quilo do feijão-fradinho custa R$ 6,50 enquanto que o feijão-de-corda, R$ 27,50.
A Delegacia do Consumidor (Decon) descobriu o esquema após uma denúncia anônima. Na tarde desta segunda-feira os agentes foram até uma “fábrica” do produto e constatam a ilegalidade. A produção rústica era feita no terraço de um cortiço na Gamboa, Zona Portuária do Rio. Para ludibriar os compradores, os criminosos usavam corante verde comestível. Em depoimento, o homem preso confessou que sabia que o produto não era próprio para consumo.
Segundo as investigações, o produto era comprado no estado vizinho e transportado para a capital fluminense. Aqui, o feijão fradinho era pintado com um corante verde comestível e colocado no sol para secar. Após isso, eram vendidos em feiras. Ontem, durante a prisão do suspeito, que é do Rio Grande do Sul, os agentes apreenderam 22 quilos do produto sendo vendido. Na Rua Visconde da Gávea, na Gamboa, Zona Portuária do Rio, os policiais da Decon interditaram uma produção clandestina de feijões pintados. No local, foram achados equipamentos utilizados para o manuseio e manipulação da fraude, além de tintas para a pintura.
— Fomos até um local para fiscalizar a fábrica clandestina de feijão-verde. Havíamos recebido uma denúncia, e os policiais da Delegacia do Consumidor foram ao local e foi constatada a fraude. Os criminosos tingiam o feijão-branco, que é de um valor inferior, de verde, que tem valor superior. Na fábrica, foi verificado que uma quantidade do produto tinha saído de lá e tinha ido para uma feira em São João de Meriti para a venda. (Fomos até lá e) No local constatou-se a presença do vendedor e do produto impróprio para consumo — afirmou a delegada Carina da Silva Bastos, titular da Decon.
— Ele confirmou que sabia que fazia a venda do produto impróprio — destacou. Segundo a polícia, o preso contou que conheceu a fraude em São Paulo e decidiu expandir o “negócio” para o Rio há um ano. Ao ser detido, ele informou que realizava a fraude na Baixada, nos dias de semana. Já aos fins de semana, ele disse que vendia o produto em São Gonçalo, em uma feira nordestina no bairro de Neves.
— Além da feira de São João de Meriti, ele também vendia em uma de Neves, em São Gonçalo — disse a delegada Carina Bastos. Um perito do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) constatou que o produto era impróprio para consumo. O profissional não indicou se o alimento faria mal à saúde de quem consumisse. O suspeito já havia sido detido em São Paulo pelo mesmo crime, mas não ficou preso. Segundo a Polícia Civil do Rio, ele tinha a ficha limpa até então. Agora, os agentes da Decon investigam quem era o atravessador e onde ele comprava o feijão branco. O preso, que não teve o nome divulgado, vai responder por crime contra as relações de consumo. Ele passou a noite na Polinter e ficará preso na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica.
Via Extra
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