Unidos da Ponte vai falar sobre Santa Dulce dos Pobres e a importância da solidariedade — Foto: Reprodução/ TV Globo “A miséria é a falta de...
Unidos da Ponte vai falar sobre Santa Dulce dos Pobres e a importância da solidariedade — Foto: Reprodução/ TV Globo |
“A miséria é a falta de amor entre os homens”. A frase foi dita por Irmã Dulce e virou marca da freira, que passou a vida se dedicando às ações de caridade. E é esta a mensagem que a Unidos da Ponte vai levar para a Marquês de Sapucaí este ano. A escola de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, que busca o acesso ao Grupo Especial, vai contar um pouco da história de vida de Santa Dulce dos Pobres, que ganhou o apelido de “Anjo bom da Bahia”.
“A compaixão e o amor ao próximo foram os principais pilares para que Santa Dulce dos Pobres fosse conhecida internacionalmente”, disse Guilherme Diniz, carnavalesco da escola.
“Uma santa dos pobres e dos enfermos, que dialogava com as classes mais baixas da sociedade e não fazia distinção. Seu modo e seu jeito de ser transcenderam a Bahia”, afirmou o carnavalesco Rodrigo Marques.
A terceira alegoria da escola conta com 60 mil fitas, adquiridas nas obras sociais.
“Nós queremos salientar que essa importância se deu muito mais pelo seu modo de vida, ao ponto dela se tornar santa. Não só por conta de uma oficialização de um rito religioso”, destacou Rodrigo.
A Unidos da Ponte vai aproximar o público de aspectos comuns da vida da santa, como o gosto pelo futebol, por exemplo.
Unidos da Ponte vai falar sobre Santa Dulce dos Pobres e a importância da solidariedade — Foto: Reprodução/ TV Globo
Até a rainha de bateria da escola, Lili Tudão, foi até o santuário, na Bahia, para se integrar melhor com o enredo da escola.
“Foi um momento mágico, eu não imaginava o quão emocionante seria. Sai de lá totalmente revigorada”, afirmou a rainha de bateria.
Ao lado do santuário, fica parte da estrutura de saúde da obra social. Essa ajuda a pessoas doentes começou improvisada, em um galinheiro, e hoje alcança 3,5 milhões de atendimentos por ano. É só uma das iniciativas da freira, que foi declarada a primeira santa brasileira.
“Quando teve um acidente de ônibus, ela colocou um caixote, pegou uma pedra, quebrou o vidro do ônibus e conseguiu retirar 12 pessoas e levou para o galinheiro para começar a cuidar. Era tida como uma mulher frágil, pequena, mas de grande fibra”, disse Lili.
Maria Cristina Sá conviveu pessoalmente com a santa.
“Era uma figura que cativava. Não cativa com seriedade e nem bravura, mas com acolhimento e acolhida que era. Ela catou um lugar onde ela pudesse atender esses meninos que pediam esmola na rua. Todos dormiam no chão sem comida e sem nada. Aí começou meu trabalho com ela e me juntei com minha cunhada e outras pessoas para poder dar condições humanas e poder desenvolver o trabalho com eles”, contou a devota.
A inspiração na bondade da santa trouxe frutos para o Rio de Janeiro, com a pastoral que atende 39 comunidades, milhares de crianças e adolescentes.
“Tento seguir o que ela ensinou, que ela ensinou não por palavras, mas pela vida e pela entrega”, destacou Maria Cristina.
Solidariedade também é a palavra-chave da Ação da Cidadania, movimento fundado pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho.
“Eu acho que a solidariedade é o valor mais importante da humanidade mais que qualquer outro, se o país não tiver solidariedade, ele não se viabiliza enquanto nação, enquanto pátria. Cada um que conheceu Betinho e Irmã Dulce entende exatamente esse valor do amor e se preocupar com o próximo. O amor, a solidariedade, a empatia e a justiça. Acho que são esses os valores que nos conduzem para frente”, afirmou Daniel Souza, presidente do conselho da Ação da Cidadania.
O samba que a escola vai levar para a Sapucaí tem o formato de oração. É o que destaca Sebastião Pinheiro, vice-presidente da Unidos da Ponte.
“O samba é dos mais necessitados e dos mais pobres. O samba é, sobretudo, o amor, o samba vem da resistência e a gente só resiste por amor”, afirmou Pinheiro.
Via G1
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