A Procuradoria Regional Eleitoral do Rio encaminhará à Polícia Federal as denúncias de que houve compra de votos nas eleições de 2018, em Sã...
A Procuradoria Regional Eleitoral do Rio encaminhará à Polícia Federal as denúncias de que houve compra de votos nas eleições de 2018, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
O caso foi revelado na edição desta sexta-feira (16), no RJ2. De acordo com gravações e documentos, obtidos pela reportagem, Giovani Ratinho (PROS), candidato a prefeito em São João de Meriti, e o filho dele, Ratinho Jr., o Vaninho, compraram votos de eleitores.
"Na verdade essas denúncias trazem, infelizmente, uma irregularidade que é muito comum na história do direito brasileiro, na história da nossa democracia, que é justamente o aviltamento do voto. Transformar voto em mercadoria é um atentado muito grave à democracia", explicou a procuradora eleitoral Silvana Batini.
De acordo com a Procuradoria Regional Eleitoral, as denúncias configuram crime. Não há mais prazo para pedido de cassação do mandato, que só poderia ser feito até 15 dias após a diplomação do candidato.
Em imagens de uma ficha é possível ver nome, endereço, número de título eleitoral, zona e seção de votação. Incluindo até a rede social. Era com esses dados que as campanhas de pai e filho faziam o controle da lista de quem prometia votar nos dois. A denúncia é de que havia compra de votos.
"Foi comprado em média 5 mil votos. Esses 5 mil votos, cada voto foi pago R$ 100. Era obrigatório fazer o voto casado. Ou seja, votar no filho para vereador e no pai para prefeito. Foi gasto em média R$ 500 mil só com compra de votos".
O pai recebeu 27 mil votos e terminou em quinto lugar na disputa pela prefeitura. Já o filho recebeu cerca de 2.500 votos.
Como o resultado das eleições não foi o que o deputado esperava. Os denunciantes dizem que Giovani Ratinho passou a pressionais a equipe para cobrar os eleitores que venderam os votos, mas não cumpriram o combinado.
"Porque era averiguado, sessão por sessão, zona por zona, se ali bateu”. Era uma pressão muito grande",
Nessa foto, enviada por Ratinho Jr., o filho, aparece uma pilha dessas listas com os votos comprados embaixo de um saco preto.
Em mensagem de voz, atribuído a Ratinho Jr., ele convocaria a equipe para que todos os nomes sejam conferidos.
"Meu pai já tá me infernizando, que quer que eu termine isso. Vamos montar uma escala aqui, filho, hoje, pra ver se a gente consegue fazer, de 40 a 50 listas pelo menos"
Ainda segundo as denúncias, a pressão chegou a membros do gabinete do deputado Giovani Ratinho, na Assembleia Legislativa do RJ (Alerj). Algus deles trabalharam na campanha do filho dele.
O deputado Giovani Ratinho fez a cobrança no grupo da campanha como mostra um dos áudios obtidos pela reportagem:
"Se o Vaninho não chegar eu não vou ter compromisso, hein? São vários que estou falando, depois vão falar que eu dei volta e não cumpri"
Outro lado
Giovani Ratinho e Ratinho Jr. negam qualquer irregularidade.
"Eu não conheço, te juro que eu não conheço, e eu tô disponibilizando aqui a ajudá-los. Tô deixando aqui, na verdade, o meu gabinete na Câmara de portas abertas", disse Ratinho Jr.
O deputado Giovani Ratinho (PROS) também se defendeu das suspeitas:
"Isso foi uma denúncia que vocês receberam, né? E se houve essa denúncia, desse tipo de pessoa, isso está sendo para me atingir. Eu duvido ter algo que comprove que eu fiz compra de votos"
Via G1
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