As noites de terror em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, são cada vez mais frequentes. Os tiroteios são constantes em Vilar dos Tel...
As noites de terror em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, são cada vez mais frequentes. Os tiroteios são constantes em Vilar dos Teles, na região dos Predinhos. Da semana passada até esta quarta-feira (17), três pessoas morreram no local.
Na madrugada de terça-feira (16), moradores enfrentaram mais um tiroteio. Eles dizem que a situação vem se repetindo quase que diariamente.
Segundo eles, bandidos de grupos rivais disputam o poder na área do condomínio Trio de Ouro.
“Aqui é uma área que a gente tem que ter um olho no padre e outro na missa porque é facção, miliciano, é tudo”, descreveu uma pessoa que vive na região.
Dessa vez, de acordo com testemunhas, criminosos pararam em frente a um bar e descarregaram as armas. Onze pessoas foram atingidas, duas morreram.
“Uma das pessoas que eu conheço, ela não era criminosa. Era uma mulher e ela foi assassinada com um tiro na cabeça, estava no meio de um grupo de pessoas bebendo, num barzinho aqui em frente da caixa d'agua, aí o que acontece? Eles vieram atirando, saindo tiro em todo mundo e foi uma polvorosa só”, disse um morador.
A Polícia Militar informou que foi à região dos Predinhos, mas os bandidos fugiram. Já a Polícia Civil informou que fez uma perícia no local e que a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense está investigando o caso.
Toque de recolher
Enquanto isso, moradores tentam seguir a rotina da forma como é possível. Eles afirmam que o clima é de tensão e que existe até um toque de recolher.
"Nós aqui do condomínio estamos apavorados, temos toque de recolher. Todo mundo dentro de suas casas com medo".
"Só sei que os bandidos entram e saem e tiram nosso direito de ir e vir. A gente fica acordado dentro de casa, eu levo meus animais para passear todo dia e agora estou com medo, porque não sei o que pode acontecer daqui pra frente. De repente a gente vai descer com os cachorros e começam os tiros".
Na semana passada, houve mais mortes
Uma das vítimas é Jair Mariano Júnior, baleado na porta de casa enquanto limpava o carro para trabalhar durante uma operação da PM.
"Na hora que ele estava limpando, aconteceu isso: ele caiu atrás do carro, na parte do motorista, onde havia uma brecha. A porta do carro foi perfurada e o vidro, estilhaçado", relembrou um parente da vítima.
Na segunda-feira (15), moradores fizeram um protesto em frente à delegacia de Meriti. Familiares disseram que Jair foi apontado como suspeito.
"Já tinham levado o corpo dele, largado lá no hospital. Deram entrada como bandido. Lá havia os conhecidos dele que viram que ele não era bandido e falaram que ele não era criminoso", informou uma parente.
Jair deixou quatro filhos e uma história de muita luta para garantir o melhor para cada um.
"Ele trabalhava no sinal. Com 19 anos ele ia pro sinal lá na Barra, vender balas. Só quero justiça, só quero limpar o nome dele, que todos digam que ele foi um homem digno".
O que diz a PM
A Polícia Militar informou que no dia da morte de Jair houve uma operação na Favela da Linha e que as equipes que estavam no local foram atacadas por criminosos e houve revide.
Ainda de acordo com a PM, quando as buscas foram realizadas, um suspeito foi encontrado no chão, socorrido, mas não resistiu.
A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) disse que as investigações da morte de Jair estão em andamento.
Via G1
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