SÃO JOÃO DE MERITI - Uma força-tarefa das polícias Civil e Militar atua desde quarta-feira (25) em São João de Meriti, na Baixada Fluminense...
SÃO JOÃO DE MERITI - Uma força-tarefa das polícias Civil e Militar atua desde quarta-feira (25) em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, com vistas para o segundo turno. Os candidatos, que trocam acusações sobre alianças com criminosos, foram convocados pelo TRE para uma “reprimenda”.
A disputa em Meriti será entre o atual prefeito, Dr. João (DEM), e o deputado estadual Léo Vieira (PSC). No primeiro turno, Dr. João teve 32% dos votos válidos, contra 19% do segundo colocado.
A PM mobilizou até um blindado e vai aumentar o efetivo de policiais até domingo.
Segundo a Polícia Civil, os dois candidatos afirmam que o rival está se aliando a criminosos para não permitir campanha em determinadas regiões do município.
“As duas coordenações [de campanha] trazem narrativas de prática de crime. Ambas colocam como se estivesse havendo curral eleitoral”, explicou o delegado Giniton Lages, diretor do Departamento-Geral de Polícia da Baixada.
“Se conseguirmos confirmar a acusação, seja de qual lado for, isso será informado ao TRE e pode redundar na não diplomação do candidato, mesmo eleito pelas urnas”, destacou.
Léo Vieira (PSC) e Dr. João (DEM), candidatos a prefeito de São João de Meriti — Foto: Reprodução/TV Globo
Armas e ameaças
O Bom Dia Rio teve acesso a quatro episódios de suposta violência na campanha.
Um deles é um vídeo que circula nas redes sociais que mostra um homem supostamente armado acompanhando um evento de campanha de Léo Vieira.
Segundo a polícia, o homem é Leonardo Pimenta Cearense, funcionário da Alerj alocado na primeira-secretaria da Casa. O órgão é chefiado por Marcos Muller, candidato a vice na chapa de Léo Vieira. Cearense será chamado para depor.
Leonardo Pimenta Cearense, funcionário da Alerj alocado na primeira-secretaria da Casa, supostamente armado em evento de campanha de Léo Vieira — Foto: Reprodução/TV Globo
Também contra Léo Vieira pesa o depoimento de um casal que afirmou à polícia ter sido sequestrado e forçado a falar mal do atual prefeito.
“Obrigou a gente a dizer que eu trabalhava na prefeitura há três anos, que eu estava há três meses de aluguel atrasado, de salário atrasado, e acusando Dr. João de um montão de coisas que ele não fez”, disse o homem.
Já em relação ao atual prefeito, Dr. João, nesta quarta-feira (25) policiais prenderam em flagrante Luís Gustavo Firmino e Maísa Cristina Viana Firmino na comunidade da Malvina, em Vilar dos Teles. A região é dominada por uma milícia.
Na casa onde eles estavam, havia um carregador de pistola, fardas da Polícia Militar e do Bope, dezenas de cestas básicas e uma grande quantidade de material de campanha de Dr. João.
Material de campanha de Dr. João apreendido em casa onde havia armas e em local de milícia — Foto: Reprodução/TV Globo
Outro episódio é um áudio que circula na cidade apontando que traficantes estariam permitindo apenas que Dr. João fizesse campanha em algumas comunidades.
“Placa do 20, nenhuma mais ‘nós vai’ tolerar na nossa comunidade. Os adesivo, arrancar tudo, as placas, arrancar tudo. Quem tá fechado com nós? Dr. João, parceiro, quatro anos de tranquilidade. Quem não abraçar...o papo tá ligado, né?”, diz o áudio. O 20 é o número de Léo Vieira.
O que dizem os candidatos
Sobre o casal que afirmou ter sido sequestrado, Dr. João disse que o depoimento foi feito “sob arma na cabeça” e que o homem “nunca foi funcionário da prefeitura”.
O atual prefeito falou ainda que não tem acordo com criminosos.
“Eu nunca me envolvi com tráfico em nenhum momento. Falo com todos os segmentos da minha sociedade. Tráfico, violência do tráfico, isso não é comigo”, destacou.
Já Léo Vieira assegurou que o casal supostamente sequestrado foi ao comitê de campanha por vontade própria.
“Isso é uma grande farsa que ele [Dr. João] montou. Eu tenho a filmagem com eles chegando espontaneamente. Minha esposa deu almoço a eles. Estava um ambiente harmonioso, eles chegaram dizendo que queriam fazer uma denúncia contra o prefeito atual, já que ele era funcionário comissionado”, detalhou.
Léo Vieira disse ainda que correligionários vêm sofrendo ameaças.
“As meninas que trabalham conosco estão sendo coagidas e intimidadas para não segurar a bandeira do 20, que é meu número.”
‘Reprimenda’ no TRE
Para acalmar os ânimos, os dois candidatos estiveram nesta quarta-feira no TRE, em reuniões separadas. O convite veio do presidente do Tribunal, Cláudio Brandão de Oliveira, que pediu que Dr. João e Léo Vieira colaborassem para que a eleição possa ocorrer tranquilamente na cidade.
Os dois candidatos foram comunicados do reforço da segurança pública no município, inclusive do trabalho de inteligência que será desenvolvido por policiais civis, militares e federais.
“Os dois candidatos aceitaram o convite e se comprometeram a colaborar para que a eleição ocorra em clima de tranquilidade no município”, afirmou o desembargador.
Via G1
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