Preso no sábado (06/06), em uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público de Santa Catarina, o vereador Davi Perini Vermelho, p...
Preso no sábado (06/06), em uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público de Santa Catarina, o vereador Davi Perini Vermelho, presidente da Câmara de Vereadores de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, apagou conversas de seu telefone celular, numa tentativa de escapar da prisão, segundo investigações da polícia e do MP.
O vereador vendeu 200 respiradores pulmonares para o governo de Santa Catarina por R$ 33 milhões. O governo pagou antes de receber os aparelhos.
De acordo com as investigações da Polícia Civil de Santa Catarina e do Ministério Público estadual "sem sombra de dúvidas ele é integrante da organização criminosa e se valeu da empresa Veigamed para a prática de atos ilícitos".
"A investigação baseia-se nisso: descobrir, identificar autoria, o caminho do dinheiro referente a esses 33 milhões e quem facilitou essa compra na parte dos agentes públicos e políticos", disse o delegado Rodrigo Schneider.
Ao desconfiar que estava sendo investigado, Davi Vermelho escreveu em uma mensagem de aplicativo indicando que destruiu provas. A promotora Marina Modesto Rebelo analisou as suspeitas ao vereador:
"Os crimes já apurados são fraude à licitação. Aumento de preço abusivo num momento de pandemia, entrega de um produto por outro porque eles tentaram entregar um segundo equipamento. Crime de peculato porque é o desvio de dinheiro feito por agentes públicos. Além disso a gente lá levantou vários indícios de crime de lavagem de dinheiro porque esse dinheiro chegou de fato na empresa ".
Davi Vermelho exerce mandato em São João de Meriti mas mora em Vargem Grande, na Zona Oeste do Rio. Foi lá que a polícia encontrou R$ 300 mil em uma busca e apreensão realizada em maio passado.
De acordo com as investigações, Davi Vermelho fazia negócios em nome da empresa Veigamed, fornecedora de equipamentos e insumos de saúde. Ele não aparece como sócio nos documentos formais mas os investigadores afirmam que na prática ele era o responsável pelos negócios do grupo que atua em contratos públicos pelo Brasil.
A empresa ainda está presente em cidades como Rio das Ostras, Itaboraí e Trajano de Moraes. A Veigamed está em nome de Pedro Nascimento Araújo, foragido da polícia. Mas Davi Vermelho era o principal operador, segundo as investigações.
É o que ele confessa, segundo os investigadores, em uma troca de mensagens com a namorada, Luana, no dia 3 de maio.
Ainda de acordo com investigadores, a empresa estava envolvida numa operação de mais de R$ 11 milhões para comprar 100 mil kits de diagnóstico da Covid em Santa Catarina.
O negócio foi interrompido numa ação policial por suspeita de irregularidades. Em Guarulhos (SP), ele tentou vender outros 15 mil testes que foram apreendidos pela Polícia Federal por fazerem parte de um lote que estava numa carga roubada e que foram entregues para ele em um hotel de São Paulo.
Promotor - Entregou os kits pro Pedro ?
Davi - Não, entregou no hotel onde eu estava.
Promotor - Ah, mas quantos kits ele deixou no seu hotel ?
Davi - Quinze mil, quinze mil kits.
Via G1.
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