SÃO JOÃO DE MERITI - A Lei Maria da Penha, que cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, completa ...
SÃO JOÃO DE MERITI - A Lei Maria da Penha, que cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, completa 13 anos no dia 7 de agosto. Em São João de Meriti, as vítimas encontram apoio e direcionamentos no Centro Especializado de Atendimento à Mulher (CEAM). O serviço de portas abertas funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, na Rua Defensor Público Zilmar Pinaud,122, Vilar dos Teles. Informações pelos telefones 2651-1198 e 2662-7626.
De acordo com a Superintendência da Mulher, da Secretaria Municipal de Cultura, Lazer, Direitos Humanos e Igualdade Racial, o CEAM é um espaço estratégico da política de enfrentamento à violência contra as mulheres, por meio da oferta de serviço de atendimento multidisciplinar, promoção e fomento de atividades, oficinas, ações e cursos. O objetivo é o desenvolvimento de mecanismos e de instrumentos para romper o ciclo da violência. O trabalho é realizado por uma equipe formada por assistentes sociais, psicólogas e advogadas. De janeiro a junho de 2019 foram realizados 350 atendimentos. Em 2018 foram 673.
“Nossas atividades estão pautadas e estabelecidas por ações de cunho preventivo, promovendo o debate e a reflexão sobre a condição da mulher, proporcionando atendimento, oferecendo acompanhamento social, psicológico e jurídico, e orientação nas desigualdades de gênero, bem como proporcionar ações estratégicas que diminuam o percentual da violência contra a mulher em São João de Meriti”, explica a superintendente da Mulher, Ana Claudia Alves.
Usuária dos atendimentos do CEAM desde agosto de 2018, X (nome ocultado por proteção) contou um pouco de sua história de superação. “Fui estuprada pelo meu namorado. Como ele tinha colocado algo em minha bebida, só descobri após atendimento médico, pois estava sentindo muitas dores. Mesmo tendo provas, ele não foi preso, apenas pagou cestas básicas. Mas eu tenho medida protetiva. Então, ele não pode se aproximar de mim. O CEAM foi para mim como uma segunda casa, apesar de minha família ter me dado todo o apoio. Precisei de atendimento psicológico pois tive depressão, me senti culpada, tive vontade de me matar. Foi um processo difícil, mas estou superando”, conta.
Hoje com sua vida reestruturada, Y fez questão de falar da importância dos atendimentos no CEAM. “Fui encaminhada para o CEAM por meio da Delegacia da Mulher, pois tinha sofrido violência física por parte do meu ex-marido, e ele já era meu ex-marido. Na delegacia normal não tive esta orientação e eles ainda me fizeram sentir culpada por estar denunciando. Estava muito frágil, fui contrariada, mas tive um acolhimento muito bom pela assistência social do CEAM. Sei hoje que foi um trabalho muito difícil comigo, pois ali identifiquei que eu sofria os cinco tipos de violência que a Lei Maria da Penha configura: violência psicológica, moral, patrimonial, sexual e, por fim, violência física. E ali tive todo o tipo de orientação e apoio. O CEAM fez toda a diferença na minha vida. Participei de rodas de conversa, de grupos. Superei o ciclo de violência. Fiz minha faculdade, hoje sou casada com um homem que me respeita e ajudo outras mulheres que estão passando pela violência doméstica”, completa.
COMENTÁRIOS